FATORES DETERMINATES PARA UM BOM PROJETO

O projeto para Pivô Central vai muito além de desenhar círculos no mapa e jogar os dados de desníveis nos softwares ou planilhas. Muitos fatores são cruciais para definir um bom projeto: água disponível, solo, energia, perfil do cliente e tipos de cultura.

Água Disponível

O layout do projeto começa aqui. No Brasil, para a implantação de um projeto de irrigação por Pivô Central, é necessária a concessão de outorga (que consiste no direito de uso de uma vazão específica disponível, determinada pelo órgão) pelo poder público. É a partir dela que se poderá definir o tamanho da área a ser irrigada ou até mesmo sobre eventual necessidade de utilização de represas ou reservatórios (em caso de insuficiência de água para captação direta).

Solo

Deve-se conhecer o tipo de solo da região, possibilitando um manejo correto e também um dimensionamento adequado do Pivô Central. Dimensionamento? Sim. Devemos prestar atenção na chamada “Intensidade de Precipitação”. Como se sabe, os últimos lances do Pivô “giram” numa área maior, aumentando sua velocidade e consequentemente sua vazão. A “Chuva” ou intensidade de precipitação nos últimos lances é muito alta e, dependendo da lâmina de irrigação dimensionada, o solo não consegue absorver, ocasionando erosão ou escoamento superficial.

Energia

A energia no Brasil é excelente, porém, os serviços de distribuição infelizmente não possuem a mesma qualidade. Por isso, é necessário adequar o manejo do pivô com os melhores horários e métodos de utilização de energia elétrica como, por exemplo, irrigação noturna (com desconto na tarifa do KWh), adequar a quantidade de transformadores para vários pivôs irrigando ao mesmo tempo, valor de demanda a contratar, etc.

Perfil do Cliente

Deve-se conhecer muito bem o cliente, pois é ele quem indicará e definirá as melhores áreas e culturas a irrigar, possibilitando, dessa forma, que se chegue ao Layout final do projeto. Além disso, é de suma importância explicar ao cliente qual o melhor tipo de irrigação para sua área, sobre o tamanho ideal do pivô e quais tipos implantar (sistema linear, rebocável, central).

Tipos de cultura

Nesse ponto, é extremamente necessário que o projetista atente para o tipo de cultura que o cliente pretende irrigar, pois a formatação do projeto e a estrutura do pivô depende essencialmente disso. Fatores como a lâmina aplicada, o tamanho e a altura do pivô, e o tipo de aspersor serão estruturados de acordo com a cultura a ser irrigada.

Considerações

Tendo em vista as balizas acima, percebe-se que cada projeto de irrigação é ajustado para atender às necessidades de cada cliente em específico, não se podendo afirmar que há um projeto “padrão”, que possa atender a toda e qualquer área/região. Por isso, além das condicionantes acima, é de suma importância que exista entrosamento e diálogo entre o técnico e o produtor, especialmente para que o projeto seja um sucesso e satisfaça às expectativas do cliente e do próprio técnico em irrigação.